A negligência no acionamento das luzes de navegação foi a principal causa da colisão entre duas lanchas que resultou na morte de uma pessoa e deixou outros quatro feridos em Morro de São Paulo, um dos principais destinos turísticos da Bahia. A informação foi confirmada pela Polícia Civil nesta quinta-feira (12), dois meses após o acidente, ocorrido na noite de 7 de abril.
Segundo as investigações, câmeras de segurança mostram que apenas a lancha “Safira”, que fazia a travessia intermunicipal entre Morro de São Paulo e Valença, estava com as luzes de navegação ligadas. A embarcação “Lipe e Lara”, que retornava de um serviço de manutenção, navegava no escuro, o que impediu sua visualização e provocou a colisão frontal entre as duas lanchas.
Com o impacto, diversos passageiros foram arremessados ao mar. Uma vítima não resistiu aos ferimentos. O condutor da lancha “Lipe e Lara”, identificado pelas iniciais D.S.M., de 26 anos, será indiciado por homicídio culposo e lesão corporal culposa, segundo informou a delegada responsável pelo caso.
O inquérito também revelou que o excesso de velocidade por parte das duas embarcações agravou a gravidade do acidente. Imagens gravadas por passageiros da lancha “Safira” confirmaram que, no momento da colisão, o mar estava calmo e a visibilidade era boa, o que reforça a tese de falha humana como causa central do ocorrido.
Apesar de estarem com a documentação regularizada junto à Capitania dos Portos da Bahia (CPBA), nenhuma das embarcações possuía autorização da Agerba (Agência Estadual de Regulação e Fiscalização do Transporte Intermunicipal de Passageiros da Bahia) para operar o transporte de passageiros – nem mesmo em regime de fretamento ou turismo.
Segurança é prioridade
O episódio expõe falhas graves de responsabilidade e reforça a importância da fiscalização rigorosa, da capacitação de tripulações e da observância irrestrita às normas de segurança marítima.
Acidentes como este, que poderiam ser evitados com ações simples – como o acionamento correto das luzes de navegação –, demonstram os riscos aos quais passageiros estão expostos quando o transporte aquaviário é operado fora da legalidade e sem os devidos critérios técnicos.