Um avião Boeing 787 da companhia aérea Air India caiu nesta quinta-feira (12) nos arredores de Nova Délhi, na Índia, deixando cerca de 240 mortos, segundo informações preliminares divulgadas por autoridades locais. As causas do acidente ainda estão sob investigação, mas imagens e relatos apontam possíveis falhas técnicas durante o voo.
A autoridade de aviação civil da Índia confirmou que o piloto declarou emergência pouco antes do acidente, utilizando o termo “mayday” — sinal internacional de socorro. As últimas palavras registradas do comandante para a torre de controle teriam sido “falha de motor”, de acordo com o jornal britânico Express.
Imagens indicam possível estol
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram a aeronave nos instantes finais antes da queda, com o nariz inclinado para cima e perda gradual de altitude — uma configuração típica de estol, condição em que o avião perde sustentação e deixa de voar.
De acordo com o especialista em gerenciamento de risco aeronáutico Gerardo Portela, o estol é evidente pelas imagens disponíveis. “A falha nos flaps é uma possibilidade, mas ainda é prematuro afirmar, pois os vídeos mostram o avião de longe. Também deve ser investigado se havia excesso de peso ou má distribuição da carga”, explicou.
Usuários nas redes também especulam sobre uma suposta inclinação incorreta dos flaps — superfícies móveis nas asas que auxiliam na sustentação durante subida e descida — que, somada ao calor intenso e à aeronave possivelmente com carga e combustível completos, poderia ter contribuído para a perda de sustentação.
Suspeita de falha nos dois motores
Outro ponto levantado por especialistas é a possibilidade de falha nos dois motores. Aviões comerciais como o Boeing 787 são projetados para continuar voando com segurança mesmo com apenas um motor em funcionamento. No entanto, a dificuldade da aeronave em ganhar altitude após a decolagem levanta a hipótese de perda simultânea de potência — um evento extremamente raro.
As possíveis causas para esse tipo de falha incluem contaminação do combustível, falhas mecânicas ou ingestão de pássaros nos motores, como já ocorreu em acidentes anteriores — entre eles, o caso do voo da US Airways em 2009, que pousou no rio Hudson, e um Airbus da Ural Airlines em 2019, que também conseguiu pousar em segurança.
A Direção Geral de Aviação Civil da Índia já iniciou uma investigação completa sobre o acidente. As caixas-pretas da aeronave devem ajudar a esclarecer o que aconteceu nos momentos finais do voo AI171.
Este é um dos acidentes mais graves da história recente da aviação indiana e causou grande comoção no país. Autoridades locais decretaram luto oficial, enquanto equipes de resgate seguem trabalhando no local da tragédia.
