Erros de arbitragem e o paradoxo do VAR: Lances polêmicos reacendem debate no Futebol Brasileiro

A recente penalidade marcada na partida entre Bahia e Grêmio, somada a outros equívocos notórios, intensifica questionamentos sobre a eficácia da tecnologia e a consistência das decisões em campo.

A derrota do Bahia para o Grêmio no último domingo (26) foi marcada por um lance que reacendeu um debate persistente no futebol brasileiro: os erros de arbitragem, que, paradoxalmente, parecem ganhar ainda mais destaque mesmo após a implementação do árbitro de vídeo (VAR). A penalidade assinalada pelo árbitro Bruno Arleu de Araújo, do goleiro Marcos Felipe sobre o atacante Braithwaite, tornou-se o estopim para uma nova onda de críticas e frustrações.


No lance em questão, o atacante dinamarquês Martin Braithwaite caiu na área após um contato que, à primeira vista, pareceu leve com o goleiro tricolor. Bruno Arleu de Araújo não hesitou em marcar o pênalti. Mesmo com a recomendação de revisão pelo VAR, o árbitro de campo manteve sua decisão inicial, um veredito que inflamou as redes sociais e gerou revolta entre torcedores e analistas.


Este episódio não é um caso isolado e se junta a uma galeria de decisões controversas que têm manchado a credibilidade de competições nacionais. Em 2024, um erro crasso marcou o empate entre Vitória e Cruzeiro no Barradão. O time baiano vencia por 2 a 0, mas viu o clube mineiro buscar o empate com um gol originado de um toque de mão do volante Matheus Henrique, da Raposa. O tento, anotado aos 39 minutos do segundo tempo, selou o 2 a 2 e provocou imensa polêmica. No áudio do VAR divulgado posteriormente pela CBF, o árbitro de vídeo optou por não recomendar a revisão ao juiz Marcelo de Lima Henrique, alegando que “não tem nada que defina” a infração.


Relembrando o Brasileirão de 2023, outro lance envolvendo o Bahia também figura entre os mais criticados, inclusive pelo especialista PC Oliveira. Na derrota por 3 a 2 para o Flamengo na Arena Fonte Nova, o zagueiro Kanu foi expulso após uma suposta cotovelada no rosto do atacante Gabriel Barbosa. As imagens, no entanto, sugerem um contato de jogo comum, no qual Kanu utiliza o braço esquerdo para proteger a bola e acaba tocando o braço do próprio adversário, não o rosto. Com um jogador a menos, o Bahia não conseguiu buscar a reação e amargou o revés em casa.


Esses incidentes, entre muitos outros, alimentam a discussão sobre a aplicação do VAR e a interpretação dos árbitros. A ferramenta, implementada para trazer mais justiça e clareza às decisões, por vezes parece adicionar uma camada extra de controvérsia, seja pela não intervenção em lances capitais ou pela manutenção de decisões equivocadas mesmo após a revisão. A frequência com que tais erros ocorrem levanta sérios questionamentos sobre os critérios utilizados, o treinamento dos árbitros e o próprio protocolo do VAR, deixando torcedores e clubes em um estado constante de apreensão e desconfiança.