O estado da Bahia deu o pontapé inicial, nesta segunda-feira (24), para a implementação de um projeto-piloto que promete transformar a forma como a deficiência é avaliada no Brasil. Trata-se da Avaliação Biopsicossocial Unificada da Deficiência, uma iniciativa que busca integrar as políticas nacionais voltadas para pessoas com deficiência, proporcionando um acompanhamento mais ágil, diagnósticos mais precisos e uma abordagem mais completa às suas necessidades.
A primeira etapa do projeto consiste na formação de 40 profissionais das áreas de saúde, assistência social e educação. A capacitação presencial, com duração de quatro dias, segue até a próxima quinta-feira (27) e acontece simultaneamente no Centro Estadual de Prevenção e Reabilitação da Pessoa com Deficiência (Cepred), em Salvador, e nos Centros Especializados em Reabilitação (CERs) dos municípios de Alagoinhas, Teixeira de Freitas, Jacobina e Itapetinga.
Na cerimônia de abertura, o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Estado (SJDH), Felipe Freitas, destacou a importância da iniciativa. “Isso significa mais celeridade no acompanhamento, melhor diagnóstico, e uma abordagem mais conectada com as demandas das pessoas, evitando sucessivos laudos. Na prática, uma abordagem mais completa e com mais direitos e políticas garantidas”, afirmou o secretário, cuja pasta lidera a implantação do projeto na Bahia.
A iniciativa marca também a adesão da Bahia ao Sistema Nacional Unificado da Deficiência (Sisnadef). A formação dos profissionais terá continuidade na modalidade online até o mês de maio, integrando a terceira fase do projeto-piloto. Esta fase inclui ainda o mapeamento de serviços existentes, a identificação das pessoas com deficiência no estado e a articulação com novos parceiros para fortalecer a rede de apoio.
Andrei Suarez, diretor dos direitos das pessoas com deficiência da Secretaria Nacional do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), ressaltou o significado da avaliação para a inclusão. “Uma coisa muito importante é que os dados coletados nesse piloto, que iniciamos na Bahia e no Piauí, também serão usados para a gente aperfeiçoar o instrumento”, explicou Suarez, evidenciando o potencial do projeto para aprimorar as políticas públicas em nível nacional.
A expectativa é que a Avaliação Biopsicossocial Unificada da Deficiência represente um avanço significativo no reconhecimento e na garantia dos direitos das pessoas com deficiência na Bahia e, futuramente, em todo o Brasil.
